sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

CINCO MIL PESSOAS SOFREM DE TUBERCULOSE EM RO

Em Rondônia, mais de cinco mil pessoas sofrem de tuberculose – alguns sabem e já estão em tratamento; outros desconhecem que têm a doença porque não procuram os Postos de Saúde ou as Policlínicas para fazer o chamado exame de escarro. Os dados são da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), e mostram que a incidência da doença cresceu muito, nos últimos quatro anos.

Dados do Ministério da Saúde revelam que mais de 92 mil brasileiros estão doentes, sendo que 70% deles vivem em 315 dos 5.563 municípios do País, em sua maioria de grande porte (com mais de 100 mil habitantes), como as capitais de regiões metropolitanas. Rio de Janeiro, Amazonas e Rondônia são os Estados que apresentam maior incidência de casos e maior índice de mortalidade. Em Porto Velho, por exemplo, muitas pessoas que procuram os Postos de Saúde e a Policlínica Oswaldo Cruz (POC) estão acometidas de tuberculose – algumas fazem tratamento ambulatorial.

Não se tem dados exatos sobre a incidência da doença, em Rondônia, porque a maioria das pessoas (que sofrem da patologia) não procura o serviço médico público. Outros são tratados na rede privada de saúde – e muitos desses casos não são registrados nos arquivos das instituições de saúde pública.

O secretário estadual de Saúde, médico Milton Luiz Moreira, e o secretário municipal de Saúde, enfermeiro Sid Orleans, têm autorizado a execução de ações que visam prevenir certos tipos de doenças endêmicas, colmo a malária, tuberculose e a tão temível dengue, dentre outras doenças tropicais. Então, o que falta, na verdade, é cada pessoa procurar os hospitais públicos, postos de saúde e policlínicas, a fim de fazerem o exame de escarro, quando, por exemplo, duvidarem do prolongamento de uma gripe, com crises de tosses intermitentes – um dos sintomas da doença, provocada pelo bacilo de Koch.

O GRANDE DESAFIO – A enfermidade é transmitida pelo paciente ao falar, espirrar ou tossir. As gotas de secreção contaminadas se propagam pelo ar e ao serem in aladas por uma pessoa sadia, levam o bacilo diretamente ao pulmão e dali, pode ou não se alastrar para os demais órgãos do corpo. A tosse associada ao escarro (por mais de três semanas) em alguns casos com sangue, febre, fraqueza, suor.

NO MUNDO – Na verdade, o número de casos de tuberculose no mundo tem aumentado, e, pior: depois de três séculos da sua descoberta, continua matando uma pessoa a cada 15 segundos. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), a doença é um la endêmico permanente que, atinge, hoje, um terço (1/3) da população mundial. Todos os anos, 8 milhões de novas ocorrências são detectadas e, aproximadamente, 2 milhões de pessoas morrem vítimas da enfermidade.

O Brasil ocupa o incômodo 15º lugar no ranking dos países com maior incidência. Segundo a OMS, existem 50 milhões de brasileiros infectados com o bacilo de Koch (causador da moléstia), mas que ainda não desenvolveram a tuberculose. Além disso, a cada ano, 6 mil pessoas morrem no País, e 111 novos casos são registrados. Juntamente com o Peru, o Brasil é responsável por 50% do total de tuberculose no mundo.

Terceira maior população do Continente Americano, o Brasil faz fronteira com todos os países da América do Sul – exceto com o Chile e o Equador. Daí, o interesse estratégico mundial por parte da OMS, da Opas e do próprio governo brasileiro em implementar medidas para impedir o avanço da doença.