sábado, 1 de dezembro de 2007

TV digital chega no domingo; descubra se vale a pena entrar na onda.

Começam neste domingo (2/12) as transmissões da TV digital brasileira, em meio a uma verdadeira confusão que ainda paira sobre a cabeça dos telespectadores. Pouca gente sabe direito o que é a TV digital, como funciona e o que vai precisar para ver as tais imagens em alta definição.Há quem acredite que uma TV LCD é automaticamente uma TV digital, o que é errado; que será necessário comprar uma TV nova e enorme para assistir, o que também é errado; ou que a TV digital vem por meio de uma conexão à Internet, ou tem alguma ligação com ela (errado de novo).O UOL Tecnologia buscou as principais dúvidas, separou o que é novidade do que é mera tentativa de lhe vender um televisor novo e apresenta a seguir um mapa para que você se oriente diante da nova sopa de letrinhas que chega ao mundo da TV.A boa notícia é que, para poder aproveitar toda a qualidade de som e imagem da TV digital, você não vai precisar trocar sua velha TV de tubo. A má é que, se quiser entrar na onda agora, vai ter de gastar com alguns equipamentos, e bem mais do que originalmente se esperava.Na verdade, o processo é simples: para receber os sinais digitais em sua casa, você só precisa estar em uma área com cobertura de sinal (inicialmente em São Paulo, e ao longo de 2008 em todas as capitais), de um receptor e de uma antena UHF comum, além de sua velha e boa TV de tubo que já o acompanha há anos. Mais nada. A tecnologia não é exorbitantemente cara (mas é mais salgada do que o governo previa) e não há nenhum tipo de taxa ou mensalidade associada ao serviço.
A mudança mais visível da TV digital, que começa a ser transmitida em São Paulo neste domingo, é a qualidade de imagem. A TV analógica é sujeita a ruídos e interferência nas transmissões. Nas grandes cidades, o sinal é refletido pelos prédios e chega em múltiplas cópias, com atraso, aos receptores, ocasionando os famosos "fantasmas" na imagem. Em casa, aparelhos como liquidificadores, secadores de cabelos e máquinas de lavar podem causar interferência na imagem, como "chuviscos", quando ligados. Antenas internas são ineficientes (apesar da palha de aço...), e para receber uma boa imagem você precisa investir em uma antena externa ou, em prédios, em uma antena coletiva.A TV analógica é sujeita a estes problemas porque a imagem é codificada como variações na frequência, amplitude e intensidade de um sinal de rádio. Qualquer aparelho ou transmissor operando em uma frequência próxima pode distorcer o sinal. E se ele estiver fraco, a TV não consegue decodificar a imagem.Já as transmissões digitais são uma longa corrente (stream) de bits, zeros e uns. Variações no sinal não afetam a imagem, já que algoritmos de correção de erros permitem reconstruir (até certo ponto) pedaços do sinal que porventura tenham sido corrompidos ou perdidos. A intensidade do sinal não é crucial, basta que ele esteja presente. É como quando você está falando ao celular. Não importa se a tela mostra a força do sinal como cinco ou três barrinhas, você ainda consegue falar, desde que haja barrinhas (ou sinal)Mas ao contrário do que a indústria diz, a recepção não é apenas "zero ou um". Se houver perda severa de parte do sinal, a imagem na tela pode se tornar um amontoado de quadradrinhos coloridos, o áudio pode engasgar ou tudo pode congelar. Quem tem TV via satélite, como Sky ou DirecTV, ou já tem sinal digital na TV a cabo, provavelmente já viu algo semelhante acontecer durante uma tempestade mais forte.