quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Expedito Júnior quer integrar Forças Armadas com a sociedade.

Na Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, existem cerca de 80 meninos e meninas de rua que vivem em situação de risco. Vítimas das mazelas sociais, eles são estatísticas de um Brasil desigual. Para tentar modificar essa realidade em todo o país, o senador Expedito Júnior tem uma sugestão em curto prazo: integrar as Forças Armadas à sociedade. A Proposta de Emenda à Constituição Nº 87/2007, apresentada pelo senador altera artigo da Constituição Federal para atribuir às Forças Armadas a possibilidade de, em tempos de paz, cooperar com ações civis para o desenvolvimento nacional. E o primeiro grande programa será ajudar a resgatar as crianças e adolescentes moradores de rua e reintegrá-los à sociedade e à família. O Exército, a Marinha e a Aeronáutica possuem infra-estrutura espalhada por todas as Unidades da Federação com quadras esportivas para educação física, cursos profissionalizantes, curso de música, atendimento médico e psicológico, alojamento, alimentação e outros. Na avaliação de Expedito Júnior, esses serviços podem e devem ser estendidos aos civis que não são atendidos pelo Estado. “As Forças Armadas podem ensinar uma profissão a essas pessoas, podem resgatar a auto-estima dos moradores de rua através do esporte, podem dar assistência médica àqueles que necessitarem; e o Governo não vai gastar nenhum real utilizando a mão-de-obra desses professores e médicos militares”, afirmou o senador. As fontes de recursos para as ações sairão da Seguridade Social e do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, sem interferir no orçamento militar. A proposta do senador está em sintonia com o Ministério da Defesa. O ministro Nelson Jobim criou um grupo com participação das três Forças para, no prazo de um ano, apresentar sugestões para que as Forças Armadas possam ter um papel social mais atuante. Em até um ano, a PEC já poderá estar aprovada. Pela PEC, as Forças Armadas não precisarão desviar de função os militares diretamente ligados à defesa do país, mas sim aqueles que podem atuar ensinando uma profissão ou oferecendo atendimento médico. E a regulamentação poderá prever parcerias com ONGs que darão seguimento às atividades de resgate dos moradores de rua. "Conheço de perto as dificuldades da pobreza, pois ajudei no sustento da minha família desde os oito anos de idade, como engraxate, entregador de jornais, sapateiro, bate-estaca e carregador de caminhão. Por tudo isso entendo que, tendo chegado onde cheguei, não posso deixar passar a oportunidade que tenho de tentar colaborar com o resgate social dessas crianças e adolescentes que vivem nas ruas. Sei que as Forças Armadas são as instituições mais acreditadas e sérias do País, e poderão dar uma importante contribuição social em mais esta tarefa", concluiu Expedito Júnior.