quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Preso narcotraficante que integra cartel colombiano ; ele pretendia criar uma nova rota de cocaína no país no eixo Guajará Mirim com Sorocaba

Após investigações, homem é flagrado em Sorocaba com 13 kg de coca O narcotraficante colombiano José Omar Feliciano Alfonso, de 46 anos, foi preso anteontem à tarde no estacionamento de um shopping em Sorocaba. Ele foi flagrado com 13 quilos de cocaína pura, que acabava de chegar da Bolívia. Ele caiu em uma cilada montada pelos investigadores da Dise (Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes), que acompanhavam seus passos na região de Sorocaba há três meses. José Omar, cuja identidade ainda será averiguada pela polícia, pois usava documentos com sobrenomes de Mendez e Castro e nacionalidade boliviana, integra o cartel Vale del Norte, na Colômbia, do também narcotraficante Diego Montoya, preso em uma megaoperação da polícia colombiana semana passada. Sem residência fixa, José Omar deveria estar no Brasil há aproximadamente um ano e estava, nas últimas semanas, hospedado em um flat em São Paulo. Ele veio a Sorocaba somente para entregar a droga, que havia negociado com os agentes da Dise por US$ 4,5 mil o quilo. Além de José Omar, ainda foram presos sua companheira, a boliviana Márcia Fernandez Barra, 42, e os brasileiros Edcláudia Azevedo Dantas, 27, secretária da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Porto Velho (RO) e o mecânico Dirceu José Maciel, 38. Os brasileiros foram os “mulas” que trouxeram a droga de Guajara-mirim, cidade rondonense que faz fronteira com a Bolívia, até Sorocaba. O entorpecente, dividido em 15 pacotes, estava escondido no assoalho do automóvel. Cada mula iria receber R$ 3 mil pelo transporte. José Omar esperava receber R$ 120 mil pela venda da droga. Todos foram indiciados por tráfico e formação de quadrilha e poderão pegar até 10 anos de prisão. Omar queria uma nova rota e fazendas A delegada assistente da Dise, Simona Ricci Scarpa Anzuíno, contou ontem que a primeira intenção de José Omar era criar uma nova rota de cocaína no país no eixo Guajara-mirim, Rondônia, com o planalto sorocabano. O segundo plano era comprar terras na região e se estabelecer como fazendeiro e criador de gado para lavagem do dinheiro do tráfico. “Por último ele queria reunir uma pequena fortuna e fugir para a Europa, pois sabia que estava no foco das polícias aqui na América do Sul”, narrou Simona. A delegada não soube dizer se José Omar já havia feito outros negócios pela região, ou se a droga apreendida anteontem era o primeiro carregamento que inauguraria a rota. “Ele falou muito pouco, não temos essa informação”, revelou. Abadia No último dia 7 de agosto, a Polícia Federal prendeu em uma mansão de luxo avaliada em R$ 2 milhões, na Aldeia da Serra, grande São Paulo, o também narcotraficante colombiano Juan Carlos Abadia. Ele confessou à polícia que trouxe com ele US$ 16 milhões em dinheiro para viver confortavelmente no Brasil. Em sua casa foram encontrados 544 mil dólares, 250 mil euros e 55 mil reais, que estavam em cofres e em compartimentos camuflados pela residência. O caminho e os números Saída Da Bolívia, em dia e local incerto No Brasil Cruzou a fronteira de barco e chegou à Guajara-mirim, RO, e saiu de lá dia 16 Trecho O carregamento, em um Santana, passou por Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e parte do Estado de São Paulo até chegar em Sorocaba Entrega Foi marcada para às 17h de anteontem, no estacionamento de um shopping em Sorocaba Presos Quatro pessoas; um casal estrangeiro e um casal brasileiro, os “mulas” Peso Aproximadamente 13 quilos Valor do transporte Cada mula receberia R$ 3 mil Valor da droga Traficante pediu 5,5 mil dólares o quilo, mas foi “negociado” por 4,5 mil dólares. Segundo a polícia, o colombiano esperava receber cerca de R$ 120 mil para comprar terras nos municípios da região