quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Prefeito baixa decreto proibindo soltar pipas nas vias públicas de Ouro Preto

Soltar pipa dentro da cidade de Ouro Preto vai custar caro a partir desta quarta-feira (06/02). Na manhã de segunda-feira o prefeito Braz Resende baixou um decreto que estabelece punições severas para quem for pego soltando pipa nas vias públicas da cidade.
Já faz alguns dias que os meios de comunicação da cidade vêm alertando sobre os acidentes e curtos nas redes elétricas que estão sendo causados pelas pipas. Na tarde do último domingo (03/02) uma linha com cerol fez um corte profundo no pescoço de um motociclista que chegava da cidade de Jaru. Fábio Martins da Silva ficou irritado, pois, o acidente aconteceu no centro da cidade e ele garantiu que não foi fruto de ingenuidade de uma criança: “eram homens que estavam soltando pipa lá, não eram crianças”, desabafou.
VAI CUSTAR CARO!
Se o alerta da imprensa e o pedido da população não sensibilizaram os marmanjos, o prefeito Braz Resende tocou no “órgão” mais sensível do ser humano: o bolso. A partir de hoje está proibido soltar pipa com cerol em Ouro Preto, e o prefeito já mandou um aviso para os amantes da “brincadeira”: “a polícia civil, militar, e os fiscais do município estão autorizados a recolher as pipas que tiverem linha com cerol”, decretou Braz Resende. Na primeira vez será apenas uma advertência, mas, se o infrator for pego em reincidência terá que pagar uma multa de um salário mínimo.
Mas o cerco ainda ficou mais apertado, pois, o decreto exige que seja respeitada uma distância de 50 metros da rede elétrica para quem for levantar uma pipa. Levando-se em consideração que as ruas e avenidas da cidade têm largura inferior à distância exigida, o decreto está proibindo soltar pipas nas vias públicas: “nós aconselhamos aos pais que levem seus filhos para locais apropriados para soltar pipa, como a zona rural, ou os campos de futebol, e também que proíbam seus filhos de usarem o cerol na linha”, orientou o cabo J. Neto, da Polícia Militar de Ouro Preto. O sistema de punição neste caso será semelhante ao anterior.
Com o propósito de dar todo o respaldo necessário para que as autoridades possam agir, o decreto proíbe a comercialização do cerol. Com o número de adeptos cada vez maior da “brincadeira”, alguns comércios vendem o cerol industrializado, que já vem com o vidro e a cola misturados prontos para ser passado na linha, por um valor que varia entre R$ 2 e R$ 5. O estabelecimento que for pego vendendo o produto será autuado com uma multa no valor de cinco salários mínimos.
O decreto diz que em qualquer um dos casos acima mencionados, a multa recairá sobre o infrator, e caso se tratar de um menor, a multa será dada aos pais ou responsáveis. Para o prefeito Braz Resende a medida é necessária para garantir o bem-estar da população: “eles invadem quintais, entram na frente dos carros, só para pegarem uma pipa. Sem contar o cerol que é uma ameaça aos motociclistas”, conclui.