
Já faz alguns dias que os meios de comunicação da cidade vêm alertando sobre os acidentes e curtos nas redes elétricas que estão sendo causados pelas pipas. Na tarde do último domingo (03/02) uma linha com cerol fez um corte profundo no pescoço de um motociclista que chegava da cidade de Jaru. Fábio Martins da Silva ficou irritado, pois, o acidente aconteceu no centro da cidade e ele garantiu que não foi fruto de ingenuidade de uma criança: “eram homens que estavam soltando pipa lá, não eram crianças”, desabafou.
VAI CUSTAR CARO!
Se o alerta da imprensa e o pedido da população não sensibilizaram os marmanjos, o prefeito Braz Resende tocou no “órgão” mais sensível do ser humano: o bolso. A partir de hoje está proibido soltar pipa com cerol em Ouro Preto, e o prefeito já mandou um aviso para os amantes da “brincadeira”: “a polícia civil, militar, e os fiscais do município estão autorizados a recolher as pipas que tiverem linha com cerol”, decretou Braz Resende. Na primeira vez será apenas uma advertência, mas, se o infrator for pego em reincidência terá que pagar uma multa de um salário mínimo.
Mas o cerco ainda ficou mais apertado, pois, o decreto exige que seja respeitada uma distância de 50 metros da rede elétrica para quem for levantar uma pipa. Levando-se em consideração que as ruas e avenidas da cidade têm largura inferior à distância exigida, o decreto está proibindo soltar pipas nas vias públicas: “nós aconselhamos aos pais que levem seus filhos para locais apropriados para soltar pipa, como a zona rural, ou os campos de futebol, e também que proíbam seus filhos de usarem o cerol na linha”, orientou o cabo J. Neto, da Polícia Militar de Ouro Preto. O sistema de punição neste caso será semelhante ao anterior.
Com o propósito de dar todo o respaldo necessário para que as autoridades possam agir, o decreto proíbe a comercialização do cerol. Com o número de adeptos cada vez maior da “brincadeira”, alguns comércios vendem o cerol industrializado, que já vem com o vidro e a cola misturados prontos para ser passado na linha, por um valor que varia entre R$ 2 e R$ 5. O estabelecimento que for pego vendendo o produto será autuado com uma multa no valor de cinco salários mínimos.
O decreto diz que em qualquer um dos casos acima mencionados, a multa recairá sobre o infrator, e caso se tratar de um menor, a multa será dada aos pais ou responsáveis. Para o prefeito Braz Resende a medida é necessária para garantir o bem-estar da população: “eles invadem quintais, entram na frente dos carros, só para pegarem uma pipa. Sem contar o cerol que é uma ameaça aos motociclistas”, conclui.