quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Ministro Jobim garante retirada das tropas do Exército do Teatro Estadual

O ministro da Justiça, Nelson Jobim, anunciou que dará ordem amanhã para que os militares do Exército Brasileiro deixem o terreno onde será construído o Teatro Estadual, em Porto Velho. A tropa da 17ª Brigada de Infantaria de Selva ocupa a área desde a madrugada de domingo. O anúncio foi feito durante audiência na noite de hoje entre os senadores Expedito Júnior (PR/RO) e Valdir Raupp (PMDB/RO) e a deputada Marinha Raupp (PMDB/RO).
Em contrapartida, o Governo de Rondônia não dará continuidade às obras de construção do teatro, que estão paradas há mais de 10 anos. O senador Expedito Júnior deu essa garantia em nome do governador Ivo Cassol.
O acordo vale até que o Ministério da Defesa se pronuncie oficialmente sobre a proposta que os parlamentares fizeram ao ministro: em troca dos terrenos Flor de Maracujá I e II, a bancada do estado se prontificaria a apresentar uma emenda coletiva destinada ao Exército. Com o recurso, seria possível construir residências para os militares que vivem na região.
Nelson Jobim informou aos parlamentares presentes que fará reunião na quinta-feira com a equipe técnica do Ministério e do Exército para que possa discutir o assunto. Expedito Júnior entregou ao ministro cópia de todo o processo que cria o Teatro Estadual, desde o projeto inicial, com fotos, até a autorização para a ocupação da área.
O ministro comentou sobre o encontro com o governador Ivo Cassol, na semana passada, onde puderam conversar sobre o impasse entre o Exército e o governo local. “Não tive tempo de analisar o assunto”, afirmou Nelson Jobim.
Para o senador Expedito Júnior, houve um mal entendido que pôde enfim ser desfeito. “Queremos um acordo. Pedi que a tropa saísse do local. Os soldados usam armamentos pesados”, afirmou Antes, em discurso no plenário do Senado, Expedito Júnior questionou para quê as armas: “Era para atirar em quem? Nos artistas, no povo, no governador?”
O senador Valdir Raupp, que era governador quando as obras tiveram início, citou que Porto Velho é a capital do país que não tem um teatro.